Boa tarde meus caros :)
Depois de alguns dias de jejum, eis-me aqui! Espantada por não ter recebido nenhum
xingamento a respeito do que postei na semana passada, haja vista que me parece TODA a comunidade científca está realmente brigando para que seja liberado o aborto de anencéfalos. Até o SBPC, de seu 'trono' magno de superioridade, já enviou carta ao STF...
e eu questiono... porque o SBPC não manda carta às autoridades competentes, para explicar que biologicamente crianças com fome não tem condições de estudar e aprender? Por que o SBPC não emite uma carta a quem é de direito, manifestando-se contra a transposição do Rio São Francisco?
Por que voltei a falar disso? Porque para mim, não é questão de onde a vida começa, se é com o sistema nervoso ou com a fecundação... para mim, a questão é simples e clara: o que é a vida? Que valor atribuímos a ela?
Recentemente, uma grande amiga minha teve o resultado que precisava: ela finalmente estava grávida, ainda de três semanas. A esta altura, o sistema nervoso ainda estava sendo formado, e não havia forma alguma semelhante a um humano. E eu perguntei para ela, o que este embrião significava na vida dela. Ela me respondeu: ele já é a minha vida. Eu esperei muito por isso.
E eu então me pergunto... qual o valor que damos a uma vida? Será que realmente um ser precisa já ter rosto, forma, tamanho e corpo de um humano para ser amado? Precisa de garantias de que vai viver muitos anos para poder nascer?
Daí eu quis voltar a falar disso, porque a menina Marcela, que viveu um ano e oito meses sendo considerada anencéfala, é um exemplo de que amor não precisa de cérebro... de que pessoas dispostas a amar, e exercitar este amor em um mundo onde matar se tornou a lei, onde diminuir os gastos com crianças que nasçam com esta anomalia e precisam de apoio médico-hospitalar, mereceriam mais atenção do que os rombos, roubos e todo tipo de descaramento com o dinheiro público apresentados COM PROVAS ao STF, à presidência da República e claramente mostrados na mídia a todo mundo, e cujos culpados simplesmente receberam apoio 'moral', e arquivamento do processo.
Quer dizer então que gastar com a manutenção da vida destas crianças é um gasto desnecessário? E os imóveis comprados por nossos parlamentares? E os secretários e acessores parlamentares que nunca trabalham? E a ajuda de custo para moradia, saúde, transporte de nossos políticos? Onde há mais necessidade de repensar o que é 'supérfluo'?
Precisamos sim é falar de amor... amor que supera, amor que entende que mesmo por um curto período (no caso dos anencéfalos), sentir o aconchego de um colo, de um carinho e de uma chance de viver, não tem preço.
Pais e mães que não estão preparados para a maternidade/paternidade tendo um filho com anomalias, nem deveriam tentar ter filhos, e agora o argumento da moda a favor da interrupção da gravidez de anencéfalos, é dizer que a mãe ficará traumatizada...
Se todas as mães ouvissem (lessem) o tesemunho da mãe da menina Marcela, talvez elas de fato entendessem o que é amor e desprendimento em relação à filhos.
Por isso, antes de opinarem, leiam sobre este caso http://renebelo.blogspot.com/2008_09_01_archive.html e então repensem o que estamos fazendo em nome de uma possível 'justiça'.
Me desculpem o texto pesado... mas eu jamais teria outra opinião. E se me perguntassem " e se eu tivesse grávida de um bebê anencéfalo, o que eu faria"? Eu respondo com toda segurança do mundo: eu o amaria com todas as minhas forças, por um mês, alguns dias ou mesmo pela possibilidade de gerá-lo. Porque experimentar este amor incondicional, faz bem para a alma. É como diz um amigo meu: "é um amor visceral".
Saiba mais, informe-se, leia bastante. Cuidado com o que a mídia (ruim e manipulada) diz.
Um enorme beijo a todos e um domingo abençoado!
OBS: a imagem que ilustra esta postagem é da mãe da menina Marcela, beijando suas mãozinhas após sua morte, 1 ano e 8 meses de ter dado à luz. Imagem que fala!
4 comentários:
Oi Dani,
Vc se supera como professora, como jornalista, investigadora, como amiga. É muito bom seus posts. Ser seu aluno então, é um presente de Deus. Desculpe se não comento todos. Mas são a prova de que aquela Dani que eu conheci nunca desapareceu, pelo contrário, ganhou o mundo. O biotransitando é um grande presente a todos os alunos e professores.
Parabéns amiga!!!
Meu querido, venha sempre, escreva sempre, sugira, critique. Fique à vontade. Nós nunca tivemos reservas, então, ser sua amiga pessoal me dá sempre a liberdade de lhe deixar "entrar". A casa é sua!
Um enorme abraço!
Oi! Gostei muito do texto, um ponto de vista do qual eu ainda não havia pensado. Tenho pesquisado muito sobre aborto tentando formar uma opinião se sou contra ou a favor.
Eu particularmente não sei se seria capaz de abortar, mas vc não acha que as pessoas devem poder ter essa escolha?
Porque infelizmente o que acontece hoje em dia é que muitas mulheres morrem em abortos ilegais, muitas mulheres escolhem abortar e correm grande risco por isso.
Mesmo tendo a opinião de que 'se fosse comigo não faria' isso tira o direito de quem o faria?
Oi Josiane, em primeiro lugar é um prazer recebê-la aqui.
E em segundo lugar é muito bom que a gente discuta sim esta questão do aborto. Eu jamais condenaria uma pessoa que o fez, tenho amigas próximas que fizeram essa opção e estive ao lado delas, bem como outras optaram em ter seus filhos e hoje são bem mais felizes que as que escolheram a 1ª opção :(
Entretanto, essa discussão não pode ficar para quando a indecisão pintar. Ela tem que vir sempre: nas salas de aula, nas igrejas de qualquer congregação, nas ongs, enfim...
É discutindo que podemos formar a opinião e em caso de resolver interromper a gravidez, fazê-lo com a certeza de que aquela vida que está ali dentro não é a sua vida, portanto você está sim, dispondo da vida de um outro ser.
Talvez assim, as pessoas sofram menos depois. Elas precisam ser conscientes dos seus atos.
Abração.
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