quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Células Tronco Embrionárias: Questão de ética ou de vaidade científica?

Alô turma do blog, hoje fiquei bem satisfeita com as minhas visitas por aqui. Nunca tinha chegado a este número de visitas, e só hoje tive 75 visitantes, dos quais muitos me mandaram e-mails (aleinad.bio@gmail.com), sugerindo postagens, elogiando ou mesmo dando um toque sobre o que pode ser melhorado. Achei ótimo!
O engraçado, é que alguns preferem mandar e-mails ao invés de deixar comentários. Mas não importa. O que é realmente importante é a presença, seja ela silenciosa ou anunciada ;)
Vamos então à postagem do dia (embora eu esteja fazendo isso tarde da noite).
Eu já falei em postagens anteriores, que essa discussão sobre as células tronco embrionárias necessita ainda sair da vaidade científica para alcançar um sentido de responsabilidade universal.
Dezenas de pesquisadores brasileiros - não sabemos se realmente preocupados unicamente com a cura de doenças ditas incuráveis ou preocupados mesmo, em não perder os milhões de reais que recebem para continuar pesquisando tais curas, mesmo sabendo que em alguns casos, pode-se não somente criar expectativas nos doentes e seus familiares, como colocar em risco a integridade de quem recebe tais células embrionárias.
Vocês devem estar se perguntando se sou a favor ou contra o uso de células tronco embrionárias em pesquisas, e sobre isto, me posiciono sem nenhum pieguismo: sou contra (defendo o uso de células tronco adultas)!
Todos sabemos que a programação presente no DNA sobre o que aquilo que alguns chamam apenas de "um maciço de células" (início da vida embrionária), é influenciado por substâncias químicas, e que tal bioquímica é extrememente complexa.
Daí a necessidade de cautela em tais pesquisas.
Um jovem que em 2001, em Moscou, foi tratado com células tronco embrionárias desenvolveu tumores que os médicos Ninette Amariglio e Gideon Rechavi, do Centro Médico Sheba, afirmam que os tumores surgiram no mesmo lugar onde ele recebeu células tronco (cérebro e espinha dorsal), e não podem ter sido originados de seus próprios tecidos, ou seja, eles surgiram a partir das células tronco implantadas (quatro anos depois do implante).
Este 'efeito colateral' já havia sido sinalizado pelos Doutores Alice Teixeira(UNIFESP/EPM e orientadora da minha monografia da Pós Graduação) Dalton de Paula Ramos(USP/PUC-SP) dentre outros, tanto em seus artigos (vide lista de artigos no fim da pstagem) quanto no Congresso Nacional por ocasião do debate aberto pelo mesmo, a fim de decidir sobre o uso de embriões em pesquisas no Brasil (já postado aqui anteriormente), que culminou com a liberação de tais embriões.
Este resultado (dos tumores) reabre o questionamento sobre a segurança de tal método tão defendido por alguns pesquisadores, que embora reconheçam o potencial da células tronco adultas, ainda insistem em gastar mais e mais recursos na descobertas com terapias à base de células tronco embrionárias.
Diante do fato, não há argumentos. Resta-nos saber agora, o que esperar de outros transplantes com o mesmo tipo de célula, uma vez que neste caso citado, os primeiros sintomas dos tumores só foram percebidos após quatro anos do implante.
É para realmente ficarmos de olho, e não saírmos por aí defendendo algumas causas baseados em hipóteses, que não foram testadas ainda, com a promessa de conseguir 'milagres', ou avanços científicos fantásticos.
A ciência precisa evoluir sim, porém devemos lembrar que a ética deve estar acima de qualquer ciência, pois somente através dela é que conseguiremos produzir o bem, sem precisar fazer o mal.
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2009/02/18/menino-tratado-com-celulas-tronco-desenvolve-tumores-754469686.asp

2 comentários:

Toque Musical disse...

Vivendo, lendo e aprendendo. Este blog é mesmo maneiro ;) Parabéns!

Dani Benaion disse...

Valeu!