Boas noites meus amados.
Lendo a coluna Visões da Vida do Reinaldo José Lopes, fui levada à uma sensação de não estar só :)
Deixa ver se me faço entender: sou professora de Biologia há alguns anos (13 para ser mais exata). Claro que ainda engatinho na arte de educar, mas sempre tive comigo uma certeza: a Ciência não é a única forma de explicar o mundo. Há certamente outras formas de se ter certezas e estas formas se chamam: fé, arte e outras coisas mais.
Entretanto, desde a Universidade fui bombardeada com a idéia de que um cientista não poderia ter fé, ou pelo menos se tivesse, teria que separá-la de toda e qualquer forma de ciência porque as duas não coadunam.
Isso nunca mexeu comigo. Cresci em uma família cristã e eu não conseguia ver oposição entre a ciência e a fé.
Eu entendo, que ao longo da História da Ciência, a própria Igreja tenha pintado a cara que muitos ainda enxergam, quando na Idade Média, levava à fogueira todo e qualquer mortal que se atrevesse a descontentá-la com idéias consideradas progressistas, atéias, hereges... ou qualquer coisa parecida.
Galileu Galilei foi silenciado pelo clero daquela época.
Mas penso que as coisas mudaram. O próprio Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja, foi um apaixonado pela ciência, de modo a professar que "não cabia à ciência apenas aceitar os fatos, mas investigar as causas que operam na natureza" .
Daí me deparo em pleno século XXI com a intolerância da Ciência frente ao fato de que quem quer que seja, que tente aproximar Ciência e Fé, ser chamado de Criacionista... ora faça-me o favor.
E é aí que Reinaldo José Lopes se expressa muito bem, afirmando que: "O empreendimento científico deveria estar ligado a algum grau de humildade em relação ao Universo, a uma sensação de que não sabemos tudo e de que talvez nunca cheguemos ao conhecimento completo. Quem está fechado nas próprias certezas e deseja silenciar os outros contraria frontalmente esse espírito".
Realmente vejo que há hoje uma certa dose de marketing que tenta à todo custo "esclarecer os mistérios da fé" em nome de uma Ciência, que se tivesse conviccção do que realmente é, não precisaria derrubar outras formas de conhecimento. Se sustentaria em si mesma, sem precisar desestruturar outros pilares.
Talvez me perguntem por que estou dizendo tudo isto? Mas é simples. Justamente quando Darwin completaria 200 anos, e as análises do que ele escreveu tentam ser análogas à fé, é marketing desqualificar uma parceria engre a fé e a ciência, porque "dá ibope" ser diferente, dá ibope contestar alguma coisa... dá ibope ser ateu.
No meu entender é inegável que a evolução aconteceu e ainda acontece, mas há mistérios nas entrelinhas desta história, que somente a fé (em qualquer substância que seja) pode explicar.
A fé, não anula a ciência e vice versa. As duas podem caminhar em paralelas, mas certamente haverá um lugar onde elas irão se cruzar.
Para ler o que me motivou a escrever este texto... siga a seta :)
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