Trabalhando com a genética, podemos perceber que há casos realmente interessantes. Pesquisando na net uma notícia que me chegou por um aluno (Angelo Alho - 7ª B - Colégio Gentil), descobri que existiu um gorila albino, por sinal, até hoje, o único caso de albinismo em gorilas conhecido no mundo.
Ele se chamava "floquinho de neve" e foi encontrado e capturado na África Equatorial - Guiné, em 1966 - tinha dois ou três anos e foi capturado quando estava agarrado ao corpo da mãe morta.
Para capturá-lo, um caçador Fang matou seus pais e seus irmãos (o ser humano as vezes me causa náuseas). E o vendeu para um biólogo especializado em primatas, que o levou para o zoo, onde viveu por cerca de 37 anos, e em 2003, com 39 anos, faleceu (foi sacrificado), vítima de um câncer de pele :(
O albinismo é uma herança recessiva, caracterizada pela ausência de pigmentação na pele.
Por não haver produção de melanina (substância que dá cor na pele e a protege dos raios ultravioletas do sol), os indivíduos albinos precisam de muitos cuisados com a pele.
Ao conhecer a história de 'copito' (floquinho em espanhol), impossível não ir às lágrimas.
Carlos von Schmidt, escritor paulista de magnífica biografia (http://www.art-bonobo.com/carlosvonschmidt/carlosvonschmidt.html), relata que ao saber da morte de 'floco de neve' lembrou-se da floresta que ele não tivera a oportunidade de conhecer (porque foi capturado e preso em um zoológico). E cita as palavras de Ítalo Calvino numa visita que fez ao Zoo de Barcelona : "Sentado e encostado numa parede, está tomando sol. A máscara facial é de um róseo humano, sulcada de rugas: até mesmo o peito mostra uma pele glabra e rósea, como a dos homens da raça branca.Aquele rosto de traços enormes, de gigante triste, às vezes se volta para a multidão dos visitantes além do vidro, a menos de um metro dele; um lento olhar prenhe de desolação, de paciência e enfado, um olhar que exprime toda a resignação de ser o que é, único exemplar no mundo de uma forma não escolhida, não amada, toda a fadiga de carregar sua própria singularidade, toda a aflição de ocupar o espaço e o tempo com a própria presença tão embaraçante e tão vistosa."
Como eu sou apaixonada por gorilas... não resisti pesquisar sobre o "floquinho de neve", que não tive a sorte de conhecer, mas que aumentou mais ainda minha paixão por estes primatas.
Fiquemos pois com as imagens de "copito"... a primeira de quando era bebê, e depois em seus últimos dias...
Os links indicados, trazem textos belíssimos sobre ele... reflexões que vale a pena fazermos, enquanto humanos.
Bom proveito.
Um comentário:
Existe um filme antigo(The White Gorilla/1947), que já apontava o possível albinismo em gorilas, mas para hoje, este filme está muito tosco. Em 1980, fizeram The Ivory Ape, ator de peso Jack Palance, este filme é perfeito em homenagem ao Floco de Neve.
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