segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Belém... minha bela Belém

Hoje minha cidade completa 393 anos. E embora eu não esteja nela (pq estou em BH a estudo), não poderia deixar passar a oportunidade de escrever sobre a 'mangueirosa'.
Engraçado, hoje, um dos meus colegas do mestrado me fez um comentário no mínimo 'sem noção'.
Disse que eunão tenho sotaque de paraense, porque não falo 'oxente', 'oxe bichinho', porque eu não falo 'arretado'.
Eu lhe olhei e disse: mas eu moro no NORTE e não no NORDESTE, e ele disse: mas o sotaque é igual... :) putz (desculpem o termo), mas aí é brincadeira né???
E ele ainda completou: "É tudo mato, Amazônia, tem índio e tudo mais..."
Gente eu quase caí para trás... porque ao mesmo tempo em que eu queria muito explicar que não é nada disso... me veio à memória que isso é coisa que eu ouvia há mais de dez anos atrás... e sinceramente resolvi calar e agir... e é claro, vou preparar um power point sobre Belém para passar no último dia de aula para ele e para a turma... para ver se assim, eles concebem outra idéia que não seja essa da minha terra...
Entretanto, fugindo um pouco disso, que realmente me frustrou hoje(não por ser comparada aos nordestinos, mas pelo desconhecimento da minha região) quero apenas homenagear a minha terra, a minha mangueirosa, a minha BELÉM DO GRÃO PARÁ.
E deixo hoje junto com as belas imagens, a letra da música BELÉM DO GRÃO PARÁ do imortal Chico Senna.
E, para os que não conhecem o linguajar paraense, algumas " dicas são úteis ao ler a letra da música:
"ata a baladeira"- significa mandar atar uma rede para se embalar.
"tacacá" - comida típica do Pará consumida preferencialmente ao fim da tarde.
"Paranatinga" - poeta paraense : Ruy Guilherme Paranatinga Barata
"Bar do parque" - local que antigamente era o ponto de encontro dos artistas de Belém - e até hoje existe.
BELÉM DO GRÃO PARÁ (Chico Senna)
Rosa flor, vê quanta mangueira
e o cheira-cheira do tacacá.
Meu amor, ata a baladeira,
embalança a beira do rio mar.
Belém, Belém, acordou a feira
que é bem na beira do Guajará.
Belém, Belém, menina morena,
vem ver o peso do meu cantar.
Belém, Belém, és minha bandeira,
és a flor que cheira no Grão-Pará.
Belém, Belém do Paranatinga,
do Bar do Parque, do bafafá.
Bem-te-vi, sabiá, palmeira,
não, não baladeira, deixa voar."

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